domingo, 5 de maio de 2013

Manifesto de uma feminista feia

    Um aspecto do movimento feminista vem me incomodando muito ultimamente: uma obrigatoriedade que vem sendo passada às mulheres de elas se sentirem lindas. Gostaria de contar um pouco a minha tragetória pessoal, que pelo que eu tenho observado pode ser a de mais de uma mulher feminista, porque sinto que as mulheres não têm se sentido à vontade para falar e que, talvez, outras simpatizem com o texto e se sintam menos sozinhas com isso.
    Pois bem: até os meus 18 anos aproximadamente, eu nunca me achei bonita, muito menos linda. E, para mim, isso sempre foi uma forma de realismo: todas sabemos como mulheres bonitas são tratadas. Elogios, vantagens sociais, vários homens interessados nelas, tratamento invejoso e competitivo dado por outras mulheres, sendo que por vezes vem também o assédio.
    Eu nunca me achei bonita, e no entanto, sempre fui feminista, e pensava comigo: "eu não sou bonita, mas quem inventou o que é a beleza feminina tem um interesse de nos induzir ao consumo de alisamentos, depilações, maquiagens, roupas, calçados, tratamentos para a pele, para os cabelos... então dane-se, eu não sou bonita e não preciso ser".
    Tudo começou a mudar quando, em dado momento da minha vida, eu senti que não ser bonita é imperdoável quando se é mulher. Isso foi quando eu saí da escola e entrei no mercado de trabalho: foi então que comecei a sentir tudo que ouvi na adolescência se concretizando para mim. Desde os meus primeiros anos, ouvi que tinha que ser mais vaidosa, "me cuidar", porque se não eu nunca iria conseguir um namorado, consequentemente não iria ter um marido e uma família, e que essa é a pior desgraça para uma mulher. A solidão. Ouvi que eu era uma coitada, que nunca iria ser amada, que ser bonita condicionava não só as minhas possibilidades dentro da vida afetiva, como também no âmbito profissional.
    Homens de um modo geral não se importam de não serem bonitos. Por mais feio que um homem seja, sua forma de lidar costuma ser rir dos próprios defeitos, e tentar ser aceito por outras qualidades. Às vezes as qualidades certas, como ser um bom parceiro sexual, ser uma pessoa honesta, ou divertida, enfim. Às vezes as "qualidades" erradas, como ter dinheiro, carro, moto, etc.
    A questão é: sob uma ótica de acordo com a qual a mulher tem como única função dar prazer sexual para os homens, ser feia não é uma opção. Porque ser bonita é a primeira e mais importante qualidade que uma mulher deveria ter, e todo o mais deveriam ser bônus a serem acrescentados, ou não, a um corpo desejável, atraente e bonito.
    Podemos lidar com a falta de muitas qualidades em nós mesmas: uma mulher pode ser uma péssima desenhista, ou uma péssima aluna em matemática, ou não ter qualquer vocação para tocar instrumentos musicais. E, no movimento feminista, ela pode não ser dócil, pode não ser meiga, pode não ser delicada, pode não ter vocação para a maternidade. Uma mulher pode não gostar de um monte de coisas, e principalmente, pode reconhecer uma série de defeitos em si mesma.
    Mas ela não pode ser feia e se reconhecer como tal.
    Reconhecer os próprios defeitos é inclusive muito saudável, parte de um processo de auto-conhecimento e auto-aprimoramento. E, para aqueles defeitos que não podem ser aprimorados, resta a auto-aceitação. A auto-aceitação não é atingir a perfeição ou não reconhecer como defeitos aqueles que de fato o são. É admitir que se tem defeitos e lidar com eles da melhor forma possível, não deixando que aquele defeito cege para as demais qualidades. Auto-aceitação é colocar as próprias qualidades acima dos defeitos e se amar apesar deles. É reconhecer que os nossos defeitos fazem parte daquilo que nos torna únicas.
    A fruição estética é absolutamente subjetiva. Nós não podemos ser obrigados a enxergar beleza em algo que não consideramos belo, porque é uma espécie de obrigação política. Da mesma forma que eu não posso ser obrigada a achar lindas queimaduras, cicatrizes, olhos de tamanho díspar, manchas, calvície, membros amputados, dentes faltando, etc nos corpos dos outros, eu também não tenho que ser obrigada a querer isso no meu próprio corpo, a gostar de características como essas - e tantas outras -, ou a achá-las lindas.
    Não é preciso todas nós termos convicção de que somos lindas, é precismo que todas nós saibamos que somos muito mais do que um enfeite. Há um mito que vem sendo alimentado pelo movimento feminista de que todas somos lindas. Isso ignora a realidade objetiva do mundo - qualquer pessoa de bom senso precisa reconhecer que, dentre as 3 bilhões e quinhentas milhões de mulheres do mundo, nem todas são lindas. Vamos encarar os fatos. Hey, vamos encarar os fatos - não somos todas lindas.
    Sabe o que eu acho mais libertador? Não precisamos ser. Não precisamos ser lindas. Não precisamos ser todas lindas, tanto quanto não precisamos ser todas meigas, todas maternais, todas delicadas, e assim por diante. Não precisamos porque são características totalmente prescindíveis, e porque podemos ser pessoas fantásticas apesar disso.
    Nem todas nós são excelentes nadadoras, nem excelentes flautistas, nem excelentes jogadoras de futebol. Nem excelentes mães - por que precisaríamos ter excelentes corpos? Montes de homens estão aí perfeitamente felizes e com as suas respectivas auto-estimas no lugar, porque eles sabem que não são bonitos, e sabem que isso é indiferente.
    Isso não quer dizer que não precisemos amar os nossos corpos. É muito importante não nos mutilarmos em cirurgias plásticas que agridem nossos corpos, não deixarmos de nos nutrir aderindo a dietas loucas que nos fazem mal, não fazermos exercícios físicos compulsivamente. É importante também que a gente entenda que temos direito de ter vidas sexuais saudáveis e felizes, prazerosas. É importante querermos sentir prazer com nossos corpos, não só na cama como também fora dela. Deveríamos até mesmo fazer questão de termos trabalhos salubres, de fazermos visitas periódicas a médicos, de ter um bom sono.
    Mas amar os nossos corpos não passa necessariamente por achá-los lindos. Podemos ter uma boa, e até uma ótima relação com eles não gostando deles integralmente. Assim como podemos ter uma boa auto-estima relevando nossos defeitos morais e de aptidões, podemos ter uma boa relação com nossos corpos relevando nossos defeitos físicos, acolhendo-os, relevando-os, encarando-os de forma bem humorada (o que é muito diferente de piadas machistas e/ou gordofóbicas é claro).
    Enfim, peço a todas para que deixem livres as mulheres que não se reivindicam bonitas ou até mesmo lindas, para que tenham voz e possam falar ativamente no movimento feminista, sem serem vistas como ETs. Como se elas ainda não fossem feministas - ou não feministas o bastante. Como se elas estivessem faltando com obrigações, porque a única que nos é comum é defender igualdade de direitos e deveres para mulheres e homens.
    Imagine uma sociedade em que as mulheres só fossem valorizadas e só tivessem acesso a bons empregos, a serem respeitadas em seu cotidiano, a terem parceiros sexuais e afetivos, etc não se fossem excelentes enfeites e bibelôs, mas se fossem excelentes tocadoras de piano. Seria feminista fazer imagens em série dizendo "não se importe com o que as revistas dizem, você é uma excelente pianista!" Porque podemos apostar que as revistas escreveriam "mil dicas de como tocar piano mais e melhor", de maneiras que nos induziriam a consumir todo tipo de coisas - sei lá, partituras? ProvavelmenteCDs e livros e sei lá eu mais o quê. Bom, provavelmente haveriam milhares de mulheres com a auto-estima arrasada, porque existe sempre a possibilidade de se aprimorar nisso - você nunca vai chegar à perfeição nesse aspecto -, e há também um componente, talvez inato e talvez não, mas definitivamente individual em ter vocação para a coisa ou não ter. E nem todas têm. Poderíamos dizer maciçamente às mulheres "você toca piano maravilhosamente, não deixe que lhe digam o contrário", mas sabe o que eu preferiria dizer?

        Foda-se essa merda. Você não precisa disso para ser feliz!!

    Homens estão aí vivendo as suas vidas com toda a convicção de que ser calvo, grisalho, particularmente hirsuto, ter um nariz excepcionalmente fora de esquadro ou o que quer que seja são características indesejáveis, sem que no entanto isso os esteja abalando minimamente. E se nós nos permitíssemos fazer o mesmo?

PS: esse texto foi escrito antes do dela, mas a autora gostaria de homenagear a Jarid Arraes  pelo seu excelente texto O propósito da mulher não é a beleza, o qual recomendo e se assemelha muito a este em conteúdo. 
PS2: Gostaria de dedicar este texto a Fabiane Lima, que se sente da mesma forma que eu em relação ao próprio corpo e não deixou eu me sentir sozinha com relação a isso, expondo tal ponto de vista publicante e me motivando a fazer o mesmo.
PS3: Gostaria de agradecer imensamente à A. O. por me ouvir nas inúmeras vezes em que esse tema me (nos) afligiu e sempre me dizer palavras reconfortantes. Obrigada!!!

19 comentários:

  1. Aim, venho batendo na tecla há quase um ano e as pessoas me olham feito um bicho que tem todos os problemas do universo, e sempre vêm com o papo de "mas você é linda". É uma coisa difícil das pessoas entenderem.

    Pois é, mas é bem isso: Não acredite no que dizem as revistas, VOCÊ NÃO PRECISA SER BONITA.

    Adorei o texto <3

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    1. Olá Polli,
      eu sempre respondo que ninguém fala que eu sou linda espontaneamente, como dizem para outras mulheres, só falam isso quando eu revelo que minha auto-estima é baixa, ou seja, falam por pena, e isso não me serve. As pessoas definitivamente não gostam dessa minha resposta, mas eu acho importante começar a afirmar, como forma de demarcar um posicionamento político mesmo.
      Talvez até seja verdade que somos bonitas e não sabemos. Mas, mais importante do que isso, é que não precisamos ser.
      Fico muito feliz que tenha gostado do texto!!! Se quiser dar uma olhadinha no outro também ^^º
      Abraços,

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  2. Excelente! Obrigada pelo ótimo material e pelo conteúdo melhor ainda. Um abraço!

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    1. Olá Juliane,
      muito obrigada pelo comentário! Pode não parecer, mas mesmo um recadinho curto mas positivo já incentiva ^^
      Abração

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  3. Sem querer ser chata, mas já sendo. Arrasada é com s.
    No mais, assino embaixo de tudo o que você falou.

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    1. Que observação mais irrelevante pro contexto e significado do post.

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    2. Juliana Paturi,
      eu abracei o seu comentário como uma oportunidade de aperfeiçoar e editei o post e tentei enfocar que você gostou do conteúdo do texto, mas fico preocupada com o seu comportamento de dar tanta relevância a isso porque, geralmente, isso é revelador de um aspecto da mentalidade de quem faz que é o preconceito linguístico.
      Não é o meu caso - ufa! -, mas muitas pessoas não tiveram oportunidades de se escolarizar (menos ainda com qualidade) por motivos totalmente alheios à inteligência delas próprias, e isso se reflete no manejo da linguagem. Atualmente, se discute muito o objetivo político do que se estabeleceu como norma padrão da língua portuguesa, como uma norma elitista que entre outras coisas separa as pessoas que tiveram acesso a uma educação formal através de um sentimento de superioridade que isso lhes faz se sentir no direito de ter.
      Gostaria de indicar o livro A norma oculta do Marcos Bagno ou que você procure outros que tratem do tema de variação linguística.
      Você teria mais alguma coisa a dizer a respeito do teor do post?
      Att

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  4. Sou completamente desligado da questão do feminismo. Mas por alguma coincidencia vim parar aqui e tive a chance de ler um ótimo texto que passa por algumas questões que tenho começado a trabalhar, principalmente pelo incomodo com as revistas e com o discurso do "não importa o que dizem as revistas" (e no meu caso o cinismo das campanhas da Dove me interessam particularmente), e no geral da obrigação do gozo, no sentido "literal", mas também em outros sentidos. Enfim, falei demais, só queria elogiar o texto e a página como um todo.

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    1. Olá Luiz,
      quem sabe este não é um começo através do qual você começar a ficar a par das discussões feministas? Algumas delas são um benefício para os homens conhecer e todas elas são um benefício para as mulheres quando vocês ficam por dentro, porque passamos por muitos problemas (estupro, violência doméstica, assédio, discriminação no mercado de trabalho, etc) que vocês nem imaginam e, nos ouvindo, poderiam repensar as próprias atitudes e ver se não estão contribuindo para isso de alguma forma.
      O cinismo da Dove/Unilever que você mencionou é um negócio fora de sério, e infelizmente muitas feministas caem no discurso sem fazer uma análise mais profunda do que essa empresa realmente é.
      Eu acho as propagandas da Dove muito válidas, empoderadoras e uma exceção positiva dentro de um ramo da publicidade muito ruim, mas daí a comprar a idéia de que é uma marca amiga das mulheres já é demais. Quantas mulheres estão em cargos de chefia na empresa? Ela paga igual para funcionárias mulheres e funcionários homens? Qual o sexo e a cor das terceirizadas da Dove? O que é feito com o lucro?
      É um marketing muito inteligente porque conquista uma parcela do mercado que geralmente não se deixa levar pela publicidade, SEM deixar de atingir o público de sempre, apenas somando.
      Acredito que a relação que você fez entre a obrigação da fruição estética com o proprio corpo e da obrigação da fruição (carnal ou nem tanto) com o proprio corpo é muito acertada. Vou pensar em escrever sobre!
      Fico feliz que você tenha gostado do texto, vou procurar atualizar o blog uma vez por semana.
      Beijos

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  5. Olá!
    Seu texto me lembrou bastante esse trecho de um livro:

    "Escribo desde la fealdad, y para las feas, las viejas, las camioneras, las frígidas, las mal folladas, las infollables, las histéricas, las taradas, todas las excluidas del gran mercado de la buena chica. Y empiezo por aquí para que las cosas queden claras: no me disculpo de nada, ni vengo a quejarme. No cambiaría mi lugar por ningún otro, porque ser [yo] me parece un asunto más interesante que ningún otro.

    Me parece formidable que haya también mujeres a las que les guste seducir, que sepan seducir, y otras que sepan casarse, que haya mujeres que huelan a sexo y otras a la merienda de los niños que salen del colegio. Formidable que las haya muy dulces, otras contentas en su feminidad, que las haya jóvenes, muy guapas, otras coquetas y radiantes. Francamente, me alegro por todas a las que les convienen las cosas tal y como son. Lo digo sin la menor ironía. Simplemente, yo no formo parte de ellas. Seguramente yo no escribiría lo que escribo si fuera guapa, tan guapa como para cambiar la actitud de todos los hombres con los que me cruzo. Yo hablo como proletaria de la feminidad: desde aquí hablé hasta ahora y desde aquí vuelvo a empezar hoy."

    http://www.melusina.com/rcs_gene/teora_king_kong.pdf
    (no link só tem a intro)
    abraços!

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    1. Olá! Eu simplesmente AMEI esse trecho de livro, é perfeito! Imagino que ele de conjunto deva ser muito bom também!! É totalmente pertinente ao que eu escrevi, por isso agradeço muito por ter compartilhado aqui.
      Um abraço,

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  6. Adorei seu texto!

    A questão não é que eu me ache feia, porém não uso maquiagem alguma, não uso nem saias, nem calça apertada, minhas camisetas são masculinas, etc. tudo porque não quero fazer parte desta ditadura da beleza. Estou totalmente com você!

    Eu quero igualdade entre os sexos, quero ter o mesmo tratamento que homens têm, e pra mim não faz sentido querer chamar atenção com meu corpo.

    Já tem 2 anos que me visto assim. Antes disso sempre mexiam comigo na rua, depois disso NUNCA MAIS MEXERAM!

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  7. Bom comentário. Acrescentaria que a obrigaçao de ser linda e ETERNAMENTE jovem é uma exigência social a TODAS as mulheres. É quase uma vergonha para uma mulher envelhecer, como se nao fosse algo biológico, inevitável. Quantas mulheres de mais de 50 anos apresentam telejornal no Brasil? Somos um país desigual e preconceituoso.

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  8. Bravo! Isso me incomoda MUITO no movimento feminista... essa obrigação de dizer para todas "vcs são lindas!". Não, não são. E qual o problema de não serem? A questão é lidar com o não ser linda sem que isso pese na sua vida, assim como os homens fazem.

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  9. Eu adorei o texto e gostaria de dizer que foi a melhor coisa ter lido ele logo ao acordar. Muito obrigada!

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  10. CLAP CLAP CLAP

    (Só acrescentando: para os homens - heterosexuais - a pressão não é por "ser lindo", é por "ser macho", a única, hã, virtude realmente exigida.)

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  11. Gostei muito do texto mas com ressalvas. Beleza física é muito mais que imposição de revista de moda ou protótipos. Não temos obrigação de sermos lindas para outras pessoas, mas gosto de me olhar no espelho e ficar satisfeita com o que vejo já que gosto de olhar para uma mulher bonita ou um homem bonito. E isso, eu acredito, tem mais a ver com como você se ama e se cuida. Um beijo.

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  12. Importante lembrar isso de que todo mundo tem direito de ser e de se achar feia, gostei mesmo. Se autointitular feia é uma coisa que realmente devia ser mais aceita. Mas achei que foi ignorado o lado de que beleza não é só AQUELA COISA branca-magra-etc-vc-sabe. Eu não me sinto, e não sou, bonita nos moldes tradicionais. Mas pra mim, beleza inclui imperfeições e várias coisas "fora do padrão," então me sinto bonita e acho MUITA GENTE bonita, de algum jeito. Não tô falando nem da tal "beleza interior" como sinônimo de personalidade, tô falando de beleza física mesmo.
    Acho que esse comentário, "vocês são todas lindas," pode ser feito de jeitos muito diferentes. Um é aquele que vc comparou com o "não se importe com o que as revistas dizem, você é uma excelente pianista!" é realmente besteira. Mas muitas das vezes em que vejo essa mensagem de "são todas lindas" vinda de feministas, remete mais a aceitar todos os conceitos de beleza.
    ("Um aspecto do movimento feminista vem me incomodando muito ultimamente: uma obrigatoriedade que vem sendo passada às mulheres de elas se sentirem lindas." Vc sabe dar um exemplo de onde vê isso dentro do movimento feminista? O que eu vejo geralmente é bem inclusivo às consideradas feias...)
    De resto, gostei muito do texto. Realmente acho que é mais importante bater na tecla do "você não precisa ser bonita" do que na do "todas são bonitas."

    Tive um pouco de dificuldade pra me expressar, desculpa qualquer coisa. Um beijo!

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  13. @Julia b.

    Minha opinião é bem parecida com a sua. Acredito que o movimento feminista usa a frase 'todas são lindas' a fim de empoderar as mulheres porque na sociedade atual são os homens que definem quem é bonita ou não. Então, o feminismo passa isso para as mulheres, ou seja, você decide se é linda ou não. Logo, não vejo o feminismo obrigando ninguém se sentir linda, até porque o meu feminismo não obriga ninguém a nada dessa forma. O que eu vejo é seja o que você quiser, você é livre.

    A autora,

    Gostei do texto, mas achei o alvo incoerente. Não penso que o feminismo é quem cobra as mulheres que se sintam lindas de qualquer jeito. E sim, o sistema machista e patriarcal da sociedade.

    Entendi seu ponto de vista, mas ainda acho que o discurso de 'se sentir linda' é pertinente ao nosso contexto social.

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